Real digital: a nova moeda digital do Banco Central do Brasil

A tecnologia é peça chave para alcançar novos avanços e isso independe do segmento. Afinal, no século 21, ela está aplicada em quase todo lugar. Quando o assunto são meios de pagamento, a invenção resultou em mecanismos como o PIX e o Open Banking, por exemplo. Ambos vem revolucionando a forma como os brasileiros lidam com essas operações.

Na tentativa de surfar na onda de riquezas que a tecnologia carrega e pode proporcionar, o Banco Central do Brasil anunciou, no dia 24 de maio deste ano, as orientações sobre uma nova moeda digital totalmente brasileira. Mas, vale ressaltar que a entidade faz questão de diferenciar a mesma de uma criptomoeda.

Continue a leitura e confira todos os detalhes sobre a nova moeda digital do BC.

O que é essa nova moeda digital brasileira?

O Real digital ou CBDC (Central Bank Digital Currencies), na sigla em inglês, será uma extensão do real. E, ao contrário do que possa parecer, ele funcionará também no offline. Dessa forma, pessoas com conta bancária, conta de pagamento, cartão ou dinheiro em espécie, neste último caso offline, poderão utilizar a nova moeda.

Nenhuma comparação do Real digital a uma criptomoeda é permitida pelo Banco Central. Isso porque ele representa uma maneira nova e alternativa de representação da moeda que já existe e é emitida por ele, o real. Nesse sentido, a moeda digital totalmente brasileira faz parte da política monetária do Brasil.

Vale destacar que o lançamento da CBDC não tem relação nenhuma com uma possível regulamentação de criptomoedas pelo Banco Central do Brasil. Pelo contrário, elas permanecem sem regulamentação e seus ativos não recebem fiscalização da entidade.

Pilares do Real digital

A entidade monetária nacional trabalha neste projeto desde agosto de 2020. O processo de estudos e desenvolvimento da moeda segue sendo realizado pelo BC. A instituição divulgou algumas informações importantes aprimoradas até o momento. Portanto, já existem três categorias, consideradas os pilares do Real digital.

Veja a seguir:

  • Funcionamento

Ao que tudo indica, a nova moeda digital terá seu funcionamento vinculado aos sistemas de pagamentos atuais. Pagamentos transferidos a terceiros e transações realizadas no comércio, são alguns exemplos da utilização do Real digital. E, claro, a sua atividade deve acontecer também de forma offline, para não excluir os usuários que estejam em localidades sem acesso à internet.

Assim como já mencionamos anteriormente, a nova moeda brasileira não será explorada como as criptomoedas. Por isso, há uma recusa por parte da entidade em dizer que o Real digital é uma nova criptomoeda. De modo geral, ele será emitido pelo Bacen e transferido para o usuário final por meio das instituições financeiras. Esse funcionamento acontecerá de forma bem semelhante ao feito com o real em espécie.

Outro importante ponto que difere a CBDC de criptomoedas é o seu caráter estável. Ou seja, o valor da mesma não vai apresentar variação ao longo dos dias ou meses. Por exemplo, se o usuário possui R$40 digitais hoje, daqui a um mês, caso ele não gaste, permanecerá com R$40.

  • Garantias legais

Dentro das garantias legais estabelecidas pela entidade, está o cumprimento do sigilo bancário e da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Somado a isso, existe a necessidade de ferramentas de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. E, também, a autorização de rastreio em casos de operações ilícitas.

  • Princípios tecnológicos

Já no universo dos princípios tecnológicos, existem duas orientações: a primeira é focada na resiliência a ataques cibernéticos. Sendo assim, ele deve seguir na mesma linha ao modelo adotado nas bases de análises do mercado financeiro.

A segunda diretriz está relacionada aos pagamentos que cruzam as fronteiras nacionais, conhecidos como transfronteiriços. A ideia é que o sistema brasileiro esteja aberto à alternativa de implementar padrões internacionais, para enviar e receber dinheiro de outros países mais facilmente.

Em suma, esta moeda digital do Banco Central do Brasil originaria uma redução de custos para a impressão do dinheiro e tornaria as transações financeiras mais fáceis. Até o momento, ainda não existe uma data para a emissão do Real digital. A instituição planeja uma comunicação com a sociedade para compreender as prováveis utilizações da moeda. Além, é claro, das melhores tecnologias para a implementação da CBDC no Brasil.

Este artigo foi produzido em parceria com Dificio © – seu dicionário de finanças, investimentos e contabilidade.

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