Governo busca liberação das parcelas do Auxílio Emergencial 2021

Apesar de toda a resistência que antecedeu a movimentação do Governo para pagar novas parcelas do Auxílio Emergencial em 2021, o presidente Jair Bolsonaro voltou atrás e já se organiza a favor da prorrogação do benefício para este ano. Dessa forma, a questão, a partir de agora, é saber se Governo e Congresso vão conseguir entrar em acordo em um tempo favorável para a população que está sem receber os valores do benefício desde o mês de janeiro. Mas será que pagar parcelas extras do benefício vai resolver os problemas econômicos que já são mais do que perceptíveis?

A primeira questão que deve ser considerada nesta discussão é a questão da popularidade do presidente. Afinal, um governo que não desperta o apoio popular dificilmente tem reais condições de interferir positivamente na economia do país. E é principalmente por isso que o governo também depende da aprovação popular para fazer as suas medidas econômicas seguirem adiante.

Nesse sentido, a Prorrogação do Auxílio Emergencial em 2021 funciona como uma espécie de termômetro na popularidade do chefe do Poder Executivo, o presidente. E é óbvio que o índice de popularidade deve voltar a crescer assim que os novos pagamentos do benefício começarem a serem feitos. Inclusive, tão logo os pagamentos do Auxílio Emergencial retornarem, a popularidade deve crescer na mesma proporção. Quanto a isso, não há o que contestar. E o governo sabe bem disso. Especialmente por isso, surgiu o interesse repentino em aprovar um Novo Auxílio Emergencial.

Em outras palavras, o Governo começou a ver na prorrogação do Auxílio Emergencial, uma solução simples e temporária para reverter a queda de sua popularidade nos últimos dois meses. Em resumo, torna-se uma solução viável tanto para o ponto de vista social quanto para o ponto de vista eleitoral, uma vez que as próximas eleições não estão tão distantes assim. As medidas econômicas que se fazem valer agora vão ter influência direta no período eleitoral de 2022. E este é outro ponto ao qual o governo também tem dedicado parte da sua atenção.

Auxílio Emergencial e Retomada da Economia

Diante de todo esse cenário, surge o embate da retomada da economia. Considerando que faltam cerca de 18 meses para o próximo período eleitoral, fica claro que o Governo tem pressa para mostrar serviço. Ou seja, o tempo é curto e os resultados precisam ser os mais concretos possíveis. E em uma situação fiscal pouco favorável, é fato que o Auxílio Emergencial representa aumento de popularidade, mas também um maior endividamento. E este é um risco que o Governo se vê obrigado a administrar. Não há como fugir de tal realidade. Os novos pagamentos do benefício significam automaticamente novas dívidas.

Alguns dados importantes que devem ser considerados para avaliar a questão do Auxílio Emergencial envolvem o Produto Interno Bruto (PIB) do país. No final de 2020, cerca de 90% do PIB estava comprometido com a Dívida Pública e pela configuração que se percebe sendo desenhada neste 1º trimestre de 2021, tudo indica que ao final deste ano, essa porcentagem pode subir para até 95%. Uma situação ainda mais crítica do que a que se viu no ano anterior, com os gastos públicos subindo e a economia em decrescimento.

Outra coisa que é importante de ser apontada é que o Orçamento Público do ano de 2021 ainda não foi aprovado pelo Governo. Ou seja, nenhum martelo foi batido nesse sentido. E, portanto, ainda não há nenhuma sinalização exata sobre em que direção o Governo vai seguir. Inclusive, muito se fala sobre a ampliação do Bolsa Família, mas nenhum projeto concreto foi apresentado pelo Planalto até então, o que acaba por gerar mais dúvidas do que certezas sobre o futuro próximo.

Sem a indicação de onde vai tirar dinheiro para os seus projetos, o Governo segue cravando muitas incertezas. E com tantas indefinições orçamentárias, fica difícil saber se a prorrogação do Auxílio Emergencial em 2021 é um passo seguro ou não. Afinal, quanto maior é a incerteza, maior é a desconfiança do mercado, e se ninguém consegue ter certeza da responsabilidade fiscal do governo, a consequência mais óbvia é a de uma diminuição ainda mais drástica na Economia do país.

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